Compra da Opel pelo Grupo PSA provoca… turbilhão político!
O anúncio formal das negociações entre a General Motor e o Grupo PSA (Peugeot/Citroën) para a compra da Opel pelos franceses foi como… despejar um balde de gasolina numa pequena fogueira! De repente, não só os trabalhadores de ambas as companhias se mostraram angustiados com o futuro, em especial os da Opel, como o assunto já extravasou o âmbito do negócio para entrar na esfera política, com o governo alemão a pronunciar-se veementemente contra!
A política meteu-se, definitivamente, no meio de um negócio gigantesco, podendo até ser uma enorme pedra na engrenagem para a sua efectivação: este ano há eleições tanto na Alemanha como em França e a venda de uma marca com raízes tão profundas na Alemanha como a Opel a uma empresa francesa poderá ter consequências devastadoras para a chanceler Angela Merkel.
E como se os eventuais problemas políticos entre Berlim e Paris não chegassem, ainda se levantaram vozes vindas do Reino Unido, onde a Opel opera sob o nome de Vauxhall. A GM Europe tem cerca de 38 mil trabalhadores, dos quais 19 mil estão na Alemanha e 4500 no Reino Unido.
Agora, não se sabe bem em que pé ficará essa estratégia já delineada por Neumann e que deveria ser aprovada pelo conselho de administração da GM em Maio… O que é sabido é que os mercados, depois da eufórica reacção inicial ao anúncio das negociações (as acções da PSA subiram 4,3%), esfriaram hoje o entusiasmo (perda de 1% das acções) por perceberem o negócio verdadeiramente complexo que se está a preparar. Agora, com todas as implicações políticas que gerou, este é um assunto que ainda vai fazer correr muita tinta!